Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza, e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados :
Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mudo esquecimento a sepultura ;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados :
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados :
Não vos inspire, ó versos, cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizente voz a tirania :
Da maldizente voz a tirania :
Desculpa tendes, se valeis tão pouco ;
Que não pode cantar com melodia
Um peito, de gemer cansado e rouco .
Um peito, de gemer cansado e rouco .
Postagem a pedido Ceará!
ResponderExcluirTa ai amigo um soneto do Bocage pra você.
beijos a todos.